segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Território do imaginário




O escritor Affonso Romano de Sant’Anna aborda diversos temas durante palestra em Divinópolis



O mineiro Affonso Romano de Sant’Anna confessa  entrar em transe quando escreve


Marlene Gandra
marlenecult@hotmail.com

Autor de mais de 40 livros, Affonso Romano de Sant’Anna, nascido em Belo Horizonte em 1937, domiciliado no Rio de Janeiro, vive em palestras pelos continentes. Foi professor na Universidade do Texas (Estados Unidos), na Universidade de Colônia (Alemanha), na Universidade de Aix-en-Provence (França), entre outras do exterior, incluindo na Espanha.     
Em palestra no dia 1 dezembro no auditório da Faculdade Pitágoras, trazido pela Secretaria Municipal de Cultura de Divinópolis - que tem Bernardo Rodrigues como secretário -, relatou que o escritor não suporta a realidade e cria outra. “Dentro da gente há uma troca de energia. Esta energia tem que ser gasta no imaginário. A literatura é um mistério. Principalmente a poesia infiltra na vida das pessoas e muda seu cotidiano. Mas é nela que sabemos quem é a sociedade. Não posso pensar na literatura sem pensar na realidade”, diz Affonso.
Ele cita o assunto internacional do momento, a operação policial na guerra contra o tráfico de drogas no Complexo do Alemão (comunidade de 400 mil pessoas), na cidade onde mora. “Muitos pensam que este enfrentamento da realidade não tem nada a ver com o escritor. Mas tem tudo a ver. O que acontece no Complexo do Alemão é um estágio que se chama Esgoto Comportamental. Isto é, situação de estresse total. A cadeia é o esgoto comportamental.”
Citou ratos como cobaia. “Nos laboratórios, para fazerem pesquisas, impõem que os ratos mudem seu comportamento, inclusive o erótico e sexual. O tráfico faz isso, impõe à comunidade a maneira perversa de ver o mundo. Os símbolos culturais são muito fortes. Como sair do esgoto comportamental? Como sair do ajuntamento (aglomerado de casas e gente)? Meu livro Que País é Este?, lançado em 1980, retrata bem esta realidade. De abril para cá lancei esta obra em mais de 30 cidades do Brasil. Viajando pelo mundo, vejo que esta pergunta existe em todo lugar. Na Alemanha, Estados Unidos, Espanha, Canadá, todos dizem a mesma coisa. O ex-governador de Minas Gerais, Francelino Pereira, disse. Castro Alves. Monteiro Lobato. Descobri que esta pergunta é universal. E que a resposta eu não posso dar. Cada um dá resposta provisória. Este livro, comecei a escrever em 1965 quando dava aulas na Califórnia (EUA). Na época, o Brasil só tinha vontade de ser grande país. A única coisa que os norte-americanos conheciam do Brasil era Pelé”, explica.

Affonso viu os Beatles

De todas as suas andanças, Affonso se empolga ao dizer que viu os Beatles na Califórnia. “Eu vi os Beatles! Vi os quatro! Eles existem! Fui a um concerto deles! A Califórnia me marcou!” Destaca que nos EUA existiam coisas que não tinham no Brasil: “homossexual, lésbica, índio, uma série de personagens que fingíamos não conhecer.”
Falou que naqueles tempos a história não deixava dúvidas. “Você pegava um trem e sabia aonde chegar. Acreditávamos que a história não tinha erros, a gente nem questionava. Nos EUA, descobri que a história é múltipla. Isso desorientou muita gente. O povo é um conjunto heterogêneo.”

“O analfabeto tem grande visão”

Affonso Romano de Sant’Anna confessou que não é petista, mas falou do atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. “Votei no Fernando Henrique Cardoso (governou de 1 de janeiro de 1995 a 1 de janeiro de 2003), na época, para presidente do Brasil, porque ele prometeu apoiar a Cultura. Intelectual, conhecia tudo do nosso país. No entanto, ele nada fez. Em especial pela cultura. De repente chega Lula ao poder, um semianalfabeto, um operário que nem gosta de ler. E olha o que ele fez por este país. O nível de crescimento foi grande em todas as áreas. Apoia a cultura. O analfabeto tem uma visão muito grande para dar a nossa sociedade. Ele percebe coisas que não percebemos. Ele lê na leitura dos outros.”
Neste momento, houve interferência do secretário municipal de Cultura, Bernardo Rodrigues, que disse: “E quanto ao deputado federal mais votado do Brasil nas últimas eleições, o Tiririca, tentando provar que não é analfabeto? O povo não votou na realidade, votou num personagem.” Afonso responde: “A ficção muitas vezes supera a realidade. Citando o Complexo do Alemão, uma poesia sobre a guerra do tráfico pode comover mais que uma reportagem na TV. Porque o leitor imagina além da realidade”, afirma um dos mais consagrados escritores brasileiros, Affonso Romano de Sant’Anna.
  
Arte vazia

Em tempos remotos as obras literárias eram poucas, mas valiosas. Tanto é, que os clássicos estão em todas as bibliotecas e escolas. “A sociedade sempre teve um mecanismo. Cada época há um processo de seleção. E na atual, com a internet, há infinitos meios: facebook, twitter, orkut e outros sites. Como vamos fazer com esta cultura que produz tão veloz!”, indaga Romano.
Informa que o Brasil publica 40 mil novos livros por ano. “Os autores estão muito complicados. A quantidade supera a qualidade. A quantidade de oferta é muito grande. Há tantos blogs, que creio que ninguém tem tempo para ler blog do outro. O twitter, uma linguagem vazia. Fiz um, fiquei apenas uma semana. Não têm conteúdo as frases que os seguidores deixam. Estamos num paradoxo vicioso. O vazio está ocupando espaço. E os internautas até pegam nossos textos e interferem, para pior, claro. Os mais prejudicados são Clarice Lispector, Carlos Drummond de Andrade e Jorge Luís Borges. E alguns escrevem textos ou poesias e colocam nosso nome.”
Ele cita que os perfis em sites de relacionamentos, uma infinidade deles, falsa, e com tantos seguidores, que às vezes o artista verdadeiro passa a ser seguidor do seu próprio perfil inventivo. “Não sei aonde vamos parar”, exclama Romano.

Em transe

Sant’Anna ilustra que a questão de escrever é a da observação. “Preste atenção em tudo. Onde há gente e situações, há poesia. Temos que afinar a personalidade, os sentidos. Cada escritor tem suas manhas. Uns não escrevem sem camisa ou sapatos. Outros só em pedaços de papel. E assim vai. Quando um escritor se concentra, parece que entra em transe. Fica na quarta dimensão. É como se uma pessoa ditasse a ele”. E completa: “Uma poesia drenada no meio da noite ou do dia. A gente fica possuído, enlouquecido. Perde a noção onde é o corpo e onde é o mundo. Recebemos uma vibração. Vamos ao telefone, à geladeira, abrimos uma porta, mas esta coisa infiltra na gente e perguntamos: estamos fugindo de quê? E aí temos que escrever.”
Segundo Affonso, o artista tem que estar imbuído de humildade. “O texto só tem força se muda algo. A verdadeira literatura vem de dentro para fora.”

Chá Literário

A chefe da Biblioteca Ataliba Lago, Márcia Cecílio, é a idealizadora do evento

*Marlene Gandra
marlenecult@hotmail.com

Um encontro de intelectuais aconteceu às 18h do dia 26 de outubro na Biblioteca Pública Municipal Ataliba Lago, à Rua Rio de Janeiro, 1160, no centro de Divinópolis.
Conforme explicou a chefe do Setor, Márcia Cecílio, este tipo de reunião acontecerá, periodicamente, até o Centenário de Divinópolis, em 1 de junho de 2012. “Neste município existem excelentes escritores. Nada mais justo que esta homenagem aos que tecem a história de Divinópolis. Pensei em diversas formas de destacar estes nomes, e formatei este tipo de encontro que acontecerá, outras vezes, com discussões temáticas”, relata Márcia Cecílio.
O Chá Literário contou com as presenças do secretário municipal de Cultura, Bernardo Rodrigues, do músico Marcelo Montenegro, do diretor do Teatro Gravatá e agente cultural, Sérgio Resende; da historiadora Batistina Corgozinho, da vereadora e mastologista Heloisa Cerri e de sua assessora Íris Moreira; dos acadêmicos da ADL (Academia Divinopolitana de Letras): Aparecida Camargos, Fátima Quadros, Zoroastro, Elizabeth Quadros, João Carlos Ramos, Elizeu Ferreira, Augusto Fidélis, Rosa de Freitas, Paulo Milagre, Manoel Ferreira do Amaral, Guilherme Sanches, Edson Gonçalves Ferreira e Vinicius Peçanha.

Explanações

Heloisa Cerri falou sobre a Lei Municipal 6956, de 12.3.2009, projeto de sua autoria, que institui a Semana do Livro e dos Escritores de Divinópolis. “Luto para que o Executivo dê destaque a esta lei em favor dos escritores desta cidade. Toda quinta-feira, durante a sessão ordinária da Câmara Municipal de Divinópolis (Rua São Paulo, 277, centro), apresento livro de um escritor que desenvolve ou desenvolveu seu trabalho neste município. Não importa se aqui nasceu. O que conta é que estas pessoas elevam o nome desta sociedade. A partir de 2011, a caminho do centenário da emancipação político-administrativa de Divinópolis, que os laços entre intelectuais, Legislativo e Executivo, sejam mais fortes”, almeja a vereadora.
A assessora de Cerri, Iris Moreira, complementa: “Não existe cidade sem história. A Lei EM-6956 exalta os que tecem a história de Divinópolis.”
A acadêmica Aparecida Camargos destacou a importância da Confraria Cultural Brasil-Portugal, que tem a escritora Fátima Quadros na presidência. “É a classe feminina na construção desta metrópole.”
O secretário municipal de Cultura, Bernardo Rodrigues, esclarece que a Ataliba conta com mais de mil novos títulos. “A biblioteca abrirá também a internet para que o usuário consulte as
obras.”
Ele falou do projeto Livro, Leve e Solto, em parceria com a ADL. “Estamos recolhendo livros. Estes exemplares serão carimbados e deixados em igrejas, praças, ônibus e outros locais públicos. O leitor leva a obra para casa, lê, e deixa noutro lugar de Divinópolis ou outras cidades. Formando assim um círculo de leitura e divulgação dos escritores”, afirma Rodrigues.
Bernardo citou também o cinema como forma cultural. “Não só as palavras, mas as diversas linguagens contribuem para a evolução intelectual. O cinema é forma prazerosa de aprendizado. Um caminhão, em outubro, ficou na Praça Governador Benedito Valadares, propiciando este lazer ao público. E nos próximos anos isso deverá ser intensificado. Qualquer forma de leitura é dignificante. Cito também o movimento Barkaça, onde um grupo lança ideias e formas literárias de fácil acesso aos leitores. Um jogo de imagens e palavras”, fala o secretário, frisando que em breve banners com textos de autores de Divinópolis ficarão expostos na Ataliba, teatro, praças e escolas.

Morte do presidente da AML

Aparecida Camargos, representando a ADL (Academia Divinopolitana de Letras), que tem como presidente Célio Tavares, deu a notícia da morte do presidente da AML (Academia Mineira de Letras), Miguel Augusto Gonçalves de Souza, de 84 anos. Ele faleceu na terça-feira, 26 de outubro, no Hospital Life Center, em Belo Horizonte. Seu corpo foi enterrado em Itaúna/MG, terra natal do escritor. “Ele havia assumido a presidência da AML depois do falecimento de Murilo Badaró, em junho de 2010. Perdemos dois presidentes da Mineira este ano”, lamenta a acadêmica.


*Pertence à Academia Divinopolitana de Letras e à Confraria Cultural Brasil-Portugal


quinta-feira, 22 de abril de 2010

Mosteiro Poético

Espetáculo é apresentado pelos Doutores Palhaços de Divinópolis

Nos dias 29 e 30 de abril, às 19h30, no Teatro Gravatá, aqui em Divinópolis, será encenado o espetáculo Mosteiro Poético, com textos e direção de Cidah Viana. Os membros da Academia Divinopolitana de Letras terão seus poemas declamados pelos que concluíram o Curso Livre de Teatro. Os escritores homenageados são: Antônio Lourenço Xavier, Augusto Fidelis, Edson Gonçalves Ferreira, Fernando Teixeira, Jadir Vilela de Souza, José João Bosco Pereira, Maria Aparecida Camargos, Maria de Fátima Quadros, Marlene Moreira, Mercemiro de Oliveira, Neusa Laboissière, Paulo Milagre, Rosa de Freitas e Waldemar Rosa. Outros autores como Maria di Maria, Padre Zezinho, Túlio Rivadávia, Vitória Aparecida, constam do espetáculo.
O elenco é formado por Ana Clara Souza, Bruno Henrique, Camilla Oliveira, Cidah Viana, Cleusa Maria, Danilo Barros, João Pedro Costa, Letícia Salgado, Lorena Tavares, Luise Costa, Luiz Alfredo, Luiz Miguel, Natália Costa, Patrick Paes, Raquel Vilar, Rosimeire Costa, Sérgio Risan, Vitória Costa de Assis, Yago Guedes e Wendel Guedes.
Direção e cenário: Cidah Viana e Mateus Gustavo. Trilha sonora: Luiz Henrique de Moura e Mateus Gustavo; figurinos: Cidah Viana; confecção de figurinos: Cleusa Maria; coreografia: Nara Ferreira (Tablado Escola de Dança); sonoplastia: Mateus Gustavo. Atrizes convidadas: Patrícia Mendes e Luisa Teixeira.
Os ingressos estão à venda na Boutique do Livro (entre ruas São Paulo e Minas Gerais). Meia entrada e compra antecipada: R$ 7. Informações: (31) 9129 9493 e 8804 3427.

LEIA O JORNAL FRI-LUSO

Leia o jornal online da Suiça, FRI-LUSO (http://www.friluso.no.sapo.pt/). Matérias culturais maravilhosas e outros assuntos. O diretor é Jorge Vicente. Em maio sairá matéria sobre Pablo Gandra, assinada por Katiuscia Freitas e sobre a escritora Joanah Rios, assinada por Marlene Gandra.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

LEIA O BLOG DO PABLO GANDRA

www.pablogandra.blogspot.com.

Eita menino de sucesso. Obrigada, Deus.

Mosteiro Poético

Espetáculo é apresentado pelos Doutores Palhaços de Divinópolis

Nos dias 29 e 30 de abril, às 19h30, no Teatro Gravatá, aqui em Divinópolis, será encenado o espetáculo Mosteiro Poético, com textos e direção de Cidah Viana. Os membros da Academia Divinopolitana de Letras terão seus poemas declamados pelos que concluíram o Curso Livre de Teatro. Os escritores homenageados são: Antônio Lourenço Xavier, Augusto Fidelis, Edson Gonçalves Ferreira, Fernando Teixeira, Jadir Vilela de Souza, José João Bosco Pereira, Maria Aparecida Camargos, Maria de Fátima Quadros, Marlene Moreira, Mercemiro de Oliveira, Neusa Laboissière, Paulo Milagre, Rosa de Freitas e Waldemar Rosa. Outros autores como Maria di Maria, Padre Zezinho, Túlio Rivadávia, Vitória Aparecida, constam do espetáculo.
O elenco é formado por Ana Clara Souza, Bruno Henrique, Camilla Oliveira, Cidah Viana, Cleusa Maria, Danilo Barros, João Pedro Costa, Letícia Salgado, Lorena Tavares, Luise Costa, Luiz Alfredo, Luiz Miguel, Natália Costa, Patrick Paes, Raquel Vilar, Rosimeire Costa, Sérgio Risan, Vitória Costa de Assis, Yago Guedes e Wendel Guedes.
Direção e cenário: Cidah Viana e Mateus Gustavo. Trilha sonora: Luiz Henrique de Moura e Mateus Gustavo; figurinos: Cidah Viana; confecção de figurinos: Cleusa Maria; coreografia: Nara Ferreira (Tablado Escola de Dança); sonoplastia: Mateus Gustavo. Atrizes convidadas: Patrícia Mendes e Luisa Teixeira.
Os ingressos estão à venda na Boutique do Livro (entre ruas São Paulo e Minas Gerais). Meia entrada e compra antecipada: R$ 7. Informações: (31) 9129 9493 e 8804 3427.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Show no Paraguai

O show da dupla Gino e Geno na cidade de La Paloma, no Paraguai contou com público pagante de mais de 22 mil pessoas. O mixer Pablo Gandra é que contou dos acontecimentos. Disse que os cantores receberam no camarim, os inúmeros fãs, para autografar o CD é Show.
Este mês de abril a agenda está lotada. Este disco, agora pela Som Livre, está um sucesso no Brasil e exterior.

CASAMENTO CAIXINHA DE SEGREDO

O romance de Joanah Rios, Casamento:Caixinha de Segredo está ä venda no site www.amazon.com.

Veja o site da autora:www.joanahrios.com.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Literatura Portuguesa Contemporânea

Tema da palestra atrai intelectuais de diversas áreas

Marlene Gandra


No dia 8 de abril, às 19h, aconteceu no Teatro Gravatá, aqui em Divinópolis, Estado de Minas Gerais, Brasil, a palestra com o tema Literatura Portuguesa Contemporânea, proferida por Silvana Pessoa – Doutora em Estudos Literários pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Pós-doutorado pela Universidade de Lisboa – Portugal. Professora e pesquisadora em Literatura pela UFMG. A organização do acontecimento foi da Academia Divinopolitana de Letras, que tem como presidente o economista e escritor Célio Tavares.
A poesia portuguesa tem expoentes como Camões e Fernando Pessoa, mas nem só deles vive este tipo de literatura em Portugal. Segundo a palestrante Silvana, para traçar uma panorâmica seria mais interessante começar por Sá-Carneiro e Fernando Pessoa. “Os dois juntos com Almado Negreiros - pintor, escritor, poeta, dramaturgo português, falecido em 15 de junho de 1970 – fundam, em 1913, a Revista Orpheu, de grande expressão”, explana a professora.
Ela ressalta que o único livro que Fernando Pessoa (nascido em 13 de junho de 1888, em Lisboa, falecido em 30 de novembro de 1935 na mesma cidade) publicou em vida foi Mensagem. O extraordinário escritor usou heterônimos, sendo os mais famosos, Alberto Caeiro, Álvaro de Campos, Ricardo Reis, fora os ortônimos. O autor escrevia compulsivamente, como se um espírito se manifestasse nele. Vinte e cinco mil páginas deixadas num baú.
Silvana afirma que os portugueses não têm preguiça de escrever e o público compra exemplares de inúmeras páginas. “Um calhamaço”, exclama.
Nas décadas de 30, 40 e 50 é que começaram a aparecer os leitores de Fernando Pessoa e tendências experimentalistas próximas às artes plásticas. “Reações que privilegiam a inteligência. Fernando Pessoa é a voz poética do século XX. Não apareceu outro que o suplantasse, materializou seus pensamentos. Encontrou um modo peculiar de falar das coisas do seu tempo”, expõe Silvana.



Contemporâneos



A palestrante,além de José Saramago, Prêmio Nobel, cita Sofia de Melo, que nasceu no Porto em 6 de novembro de 1919 e morreu em Lisboa em 2 de julho de 2004. Em 1999, ela recebe o mais importante prêmio da literatura portuguesa, o Prêmio Camões. Seu tema é o mar, como o de tantos outros escritores portugueses. “O mar não é só um ligador das coisas tangíveis do cotidiano, é a questão da identidade portuguesa”, fala a doutora, que também afirma que “Camões foi o criador da língua portuguesa, com Os Lusíadas. Antes de Camões a língua era a galego-portuguesa.”
A questão do mar é visível em Pessoa e Sofia, não aquele mar de Camões, o mar de descobrimentos, mas um mar de intercâmbio. Nada mais restava a ser descoberto. O mar como possibilidade de comunicação entre os seres. “A literatura é um diálogo, pois todo mundo lê todo mundo. Depois da Revolução dos Cravos (1974 a 1976) a literatura portuguesa ganha florescimento invejável.”
Silvana explanou sobre Herberto Helder, nascido em Funchal em 23 de novembro de 1930. “Sua poesia é hermética, de incompreensíveis metáforas, apelos sonoros fortes, imagens inusitadas. É poesia na contramão do nosso tempo, para se ler devagar. Ser analisada. Enfim, Portugal é um país de poetas.”
Outro ícone da Literatura Portuguesa Contemporânea é Lobo Antunes. “Ele retrata o caos do cotidiano. Consciências que emergem. Seus textos são poéticos. O romance se dá ao luxo de ser também poesia.”
O nome de José Cardoso Pires, que nasceu em 2 de outubro de 1925, em São João do Peso, e morreu em Lisboa em 26 de outubro de 1998, também foi destacado pela professora da UFMG. “Ele escreveu sobre o homem do povo, sem pretensões”, arremata Silvana Pessoa.



Citações



Ao final da explanação houve debate. Os nomes do diretor do jornal online Fri-Luso, Jorge Vicente (poeta português que reside na Suíça há muitos anos), e Euclides Cavaco (poeta, produtor e locutor há mais de 20 anos na Rádio Voz da Amizade) foram citados por esta articulista e pela presidente da Confraria Cultural Brasil-Portugal, Fátima Quadros. Frisando que poemas destes dois maravilhosos autores que amam a pátria onde nasceram serão recitados durante o encontro da Confraria, na Biblioteca Pública Municipal Ataliba Lago, nesta quarta-feira, 14 de abril. O tema do evento será a Revolução dos Cravos.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Pablo Gandra fala dos shows nos Estados Unidos

sábado, 24 de outubro de 2009
BLOG DA KATIUSCIA

Nascido em Belo Horizonte, o mixer da dupla sertaneja Gino e Geno tem 26 anos de idade e começou na área da música aos 12, como tecladista, mas toca um pouco de bateria, contrabaixo e guitarra.Trabalhou por cinco anos em uma empresa que presta serviços de sonorização AlexSom e prestou serviços para César Menotti e Fabiano (por dois anos), Almir Sater, Biquíni Cavadão, Eduardo Costa, Os Parada Dura, entre outros famosos.“O ramo do som está em alta. Viajando por este Brasil conheci as mais famosas bandas do país. Estou sempre em contato com bons técnicos, como o Sapão – da banda Victor & Leo, Adriano – da Anjos de Resgate, o Luiz Henrique - do Jota Quest; Xaxá e Frangão – do TiaNastácia, o Pingo e o Bidu - do Eduardo Costa”, diz o mixer.Ele ressalta a importância de trabalhar com Gino e Geno, que são conhecidos no Brasil e exterior. “Acabamos de chegar dos Estados Unidos vindo de shows em Boston (Massachusetts) e Newark (Nova Jersey).Hospedado em Manhanttan (NY), conheci a Times Square, a 5ª Avenida, Estátua da Liberdade, o local onde existiam as Torres Gêmeas, e tantos outros lugares exuberantes”, conta Pablo Gandra.Segundo a produtora dos shows nos Estados Unidos, Rita, Gino e Geno bateram recorde de público em se tratando de bandas individuais naquele país. Levaram, em Boston, mais de 20 mil pessoas. “O mais importante disso tudo é que o público cantou as canções até do novo CD Pode Chamar Nóis. É uma honra trabalhar com estes cantores e saber que eles residem em Divinópolis. O som deles é ouvido no mundo inteiro. E o nome da cidade aparece no DVD, que foi gravado em 2004, no Parque Divinaexpô, neste município”, explica Gandra.Sempre antenado às novas tecnologias, o graduando em Psicologia na Funedi/Uemg e estudante de espanhol expõe que a profissão exige muito do profissional do som. Para isso fez curso no CAM (Curso de Áudio e Música), em São João da Boa Vista/SP, onde se especializou em processadores de efeito, mesas de som, compressores, D-esser, crossovers, equalizadores, gate e alguns outros equipamentos.Optou por estudar Psicologia para entender a mente humana e lidar com diversos públicos. E se especializará em hipnose e regressão. Assim que o tempo permitir fará curso de inglês para facilitar entendimento com técnico de outros países.Os empresários da dupla são Waguinho (Wagner Tadeu de Paula) e Mauro Borges. A equipe é formada pelo sanfoneiro Xodó, Rona (contrabaixo), Krill (guitarra, violão solo e cavaquinho), Daniel Penido (percussão), Marquinho (técnico de PA), Paulinho (técnico de luz), Claudiney (assessor de palco), Deise, Deisiane e Rose (backing vocals), Mazinho (bateria), Toninho (VJ).

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Marlene Gandra

Sou autora dos livros Além (minicontos), O Perfume de Janis Joplin e Cinco da tarde (ambos de poesia). Entre em contato comigo pelo e-mail: marlenecult@hotmail.com