sábado, 23 de julho de 2011

GINO E GENO GRAVAM DVD EM ITUMBIARA

Mais de 130 profissionais e um helicóptero envolvidos


Marlene Gandra
JORNAL CANTARES
CRÉDITO DAS FOTOS: PABLO GANDRA











marlenecult@hotmail.com
jornal CANTARES

As gravações foram feitas pela Terra Produções, empresa do grupo Odair Terra, no Juninão de Itumbiara, no Estado de Goiás. Devido a tanta parafernália o palco não suportou. Um dos pés da estrutura cedeu e o teto ficou pendurado.
O mixer da dupla, Pablo Gandra, contou que estavam passando o som quanto o fato aconteceu. “Foi muito desespero, mas ninguém se machucou. O teto da estrutura metálica abaixou, mas deu tempo de todos correr. O DVD que deveria ter sido todo gravado em 28 de junho, ficou para o dia seguinte.”
Ele explica que a parte cenográfica foi refeita e a iluminação teve outro design. “Apesar do transtorno, o público compareceu em massa no dia 29 e o show foi uma festa. Só de Cuiabá, capital do Mato Grosso, fomos informados que haviam seis ônibus. Os sertanejos Gino e Geno e o sanfoneiro Xodó são muito queridos principalmente pelos adolescentes mato-grossenses”, conta o profissional do som.
Mesmo antes de o DVD sair, está sendo bastante divulgado, principalmente na Rádio Tropical 850 AM, de Porangatu, no Estado de Goiás, por Sotero Cavalcante e seu irmão Armindo Martins Cavalcante. Este último mora na cidade de Mem Martins, distrito de Lisboa em Portugal. “Daqui de Portugal falo todos os domingos, às 7h. Sou fã desta dupla mineira desde o início da carreira deles, há 40 anos. Estou empolgado com a gravação do novo DVD. Tudo o que eles cantam eu gosto. Dos ritmos, dos temas, dos duplos sentidos, da alegria que deles emana. Aquela dancinha deles já virou clichê. Toda a equipe é de primeira. Ressalto o nome de Pablo Gandra, que tem 28 anos de idade e faz um trabalho de nível internacional”, fala o radialista Armindo.

Este goiano explana que o sanfoneiro Xodó é uma atração à parte. “Fico impressionado como ele consegue tocar e dançar, simultaneamente, durante todo o show, pois a sanfona é bastante pesada. As apresentações sempre lotadas. A animação e boa dose de humor levantam o astral do público. As piadas de Xodó são muito engraçadas. É o melhor sertanejo malicioso do Brasil”, ressalta o escritor.

De Divinópolis, Minas Gerais, durante as gravações, falamos ao telefone com o empresário de Gino e Geno, Mauro Borges. Ele expõe que o povo de Goiás é muito caloroso. “No dia 29 tudo correu como planejamos e o DVD em breve estará nas lojas. Foi um dos melhores espetáculos. O calor do povo nos impulsiona a fazer a cada dia um trabalho de melhor qualidade. No dia 9 deste mês de julho, show no Parque de Exposições de Porangatu. Agradeço aos radialistas Sotero e Armindo pela intensa divulgação.”

 

Eita, Goiás!

 

Pablo Gandra, formado em Espanhol e graduando em Psicologia, expõe que está quase um cidadão goiano. “Cada época tem mais shows em determinada região. Nos últimos meses em Goiás. Mas tocamos bastante no Paraná, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, São Paulo, Pará e Espírito Santo. Vivemos a percorrer este Brasil. Fora os convites para turnês internacionais. É um privilégio fazer parte desta equipe.”
Devido aos inúmeros shows de Gino e Geno, neste ano de 2011, em Goiás, é que os cantores escolheram aquele Estado para gravar o novo trabalho.
A dupla reside em Divinópolis e é o orgulho da cidade. Sucesso internacional. Amados principalmente no Japão e Portugal. Tem fãs ardorosos também na França. O empresário português do setor de Transportes, que reside há quase 30 anos em Paris, José Teixeira Viera, ouve sempre as canções de Gino e Geno traduzindo-as simultaneamente para o francês.

Equipe

A troupe é formada por mais de 30 profissionais. Entre eles, Túlio Pellagio (bateria), Krill (guitarra, viola, violão, cavaquinho), Ronna (contrabaixo), Romerig (percussão), Xodó (sanfona); Rose, Dayse e Daysiane (backing vocals); Dolival Martins e Janinho (violões e vocais). Técnico de monitor: Claudinei Ribeiro. Técnico de luz, Paulinho; Michel de Sá, VJ. Assistentes de produção: André Luiz Rocha, Zé Erildo, Mateus, Júlio Cézar Nascimento, Maisena e Cristiano (Ticril). Na segurança: Two Baby (que é também secretário) e Carlos Vítor (Vitão). Motoristas: Wilson, Paraná, Divino e Silvério. Marcelo Graciano é o comandante do helicóptero da dupla.


No topo

Túlio Pellagio arrasou na bateria. “Estar numa banda famosa é gratificante. Agradeço sempre a Deus e ao grande público. Levo muito a sério minha profissão”, fala o músico de São Domingos do Prata, Minas Gerais.
O produtor Toninho (Antônio Neto) trabalha com afinco e há momentos que sua cabeça fervilha. “Nosso cotidiano é muito corrido. Mais de 20 shows por mês. Muito tempo sem voltar para casa. Faço de tudo para agradar aos expectadores. Exerço a função com alegria.”

sexta-feira, 8 de julho de 2011

PORTUGUESIA EM FAMALICÃO

Portuguesia em Famalicão

Evento internacional tem a curadoria e criação do brasileiro Wilmar Silva

Marlene Gandra
marlenecult@hotmail.com

Nos dias 2 e 3 de setembro de 2011, o Projeto Portuguesia levará 40 poetas portugueses e estrangeiros a Vila Nova de Famalicão, em Portugal, para debates não convencionais sobre a literatura experimental que acontece no mundo. O ator e escritor Wilmar Silva conta que a edição em Portugal é bancada pela Câmara Municipal de Famalicão. “O evento acontecerá na Casa Museu Camilo Castelo Branco - edificação onde viveu e suicidou-se o escritor Camilo Castelo Branco (Lisboa, 16 de março de 1825 – 1 de junho, 1890). E tem exclusividade, não podendo ser apresentado em outros países sem o acordo da Câmara. O museu tem como presidente Armindo Costa.”
Sobre parte do Projeto Portuguesia, que custou 100 mil reais, ele explica: “Pesquisei 101 autores de Portugal, Guiné-Bissau, Cabo Verde e Brasil (Minas Gerais), in loco. Gravei com todos eles captando a expressão inovadora. Um CD de videopoemas vem encartado no livro Portuguesia (que é fragmento do amplo projeto). Meu objetivo é atingir todos os países de língua portuguesa.”
Diversos escritores portugueses e africanos estão conhecidos no mundo devido ao emprenho de Wilmar Silva na divulgação incansável. Há meses Luís Serguilha (Famalicão) roda o Brasil lançando o livro Koa’E. Jorge Melícias (Coimbra) também descobriu o Brasil através do projeto. Outro poeta que deixa o público encantado é José Luís Peixoto (Galveias, Portugal).

Biossonoro é o estilo de Wilmar

Na nomeada e experimental poesia biossonora o coração não sente. O cérebro é verbalizado, perspicaz. A linguagem é pintura. Vocábulos desconexos, dessequenciados, pulsos, impulsos. Ouvidos atentos. Poetas degradados se contorcem. Escribas que cantam com as duas mãos simultaneamente. O certo é errado. Os sons não usuais passeiam em células.
O intelectual relata que mesmo com tantas viagens no Brasil e exterior não pode abandonar o processo de criação em meio à turbulência. “O tempo é abstrato. Crio nas pautas. Poesia é cela. Tentativa de nos reumanizarmos. Impossível contagiarmos os outros se não nos integramos de forma visceral. Dramas humanos têm grau de parentesco. Regra existe até onde se concretiza. O poeta não tem pátria. Ele é a antena da raça”, explana o artista dos palcos e palavras.
Wilmar Silva expõe que nossas almas são representadas através de livros. “Acontecimentos da infância são determinantes no decorrer da vida. Relembrar a infância é se relembrar. Somos eternamente crianças. Somos nossa memória. E a criança brinca. Escolhi o alfabeto.”

Terças Poéticas

Há seis anos Wilmar Silva é curador das Terças Poéticas, evento que acontece nos jardins do Palácio das Artes, em Belo Horizonte, Brasil. “Devemos ter inteligência para ocuparmos espaços disponíveis. Nunca recebemos menos de 100 pessoas. Duzentas edições catalogadas. É um público que ouve silenciosamente poesia. Todos os autores são recebidos igualmente, famosos ou não. Foi impossível não se emocionar quando a atriz Maria Fernanda, filha de Cecília Meireles, declamou poemas da sua mãe. O poeta Ferreira Gullar participou das Terças Poéticas logo após receber o Prêmio Camões em 2010.”

Wilmar Silva, domiciliado em Belo Horizonte, nasceu em Rio Paranaíba, Estado de Minas Gerais, em 30 de abril de 1965. Poeta, ensaísta, performer, editor, curador, artista visual e sonoro. Autor dos livros ANU, Estilhaços no Lago de Púrpura, Z a Zero, Astillas en el Lago de Púrpura e Yguarani. Editor da Anome Livros, Prêmio Jabuti/2009. Roteirista/apresentador do programa Tropofonia (Prêmio Roquette-Pinto/2010), Rádio Educativa 104,5 UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).